ELA QUER AUMENTAR
Ontem noticiamos aqui que a Justiça concedeu uma liminar que fixou o reajuste dos planos de saúde individuais em 5,72%. Pois bem: a ANS recorreu ontem. Segundo o Estadão, a agência quer autorizar um aumento de 10% para os cerca de 9,1 milhões de contratos existentes. A ação civil pública, movida pelo Idec, questiona exatamente a forma como a ANS calcula o reajuste, com base em um relatório do TCU que aponta falhas no processo e falta de transparência.
UM DIA QUE ENTROU NA HISTÓRIA
Ontem a news saiu horinhas antes da histórica decisão da Argentina, mas não podemos deixar de registrar: a descriminalização do aborto foi aprovada na Câmara por 129 votos a favor, contra 125. O debate levou 20 horas, mas as manifestantes não arredaram pé da praça em frente ao parlamento. A mobilização não parou por aí: secundaristas ocuparam uma dúzia de escolas em apoio ao aborto legal.
Agora, o projeto segue para o Senado que é considerado mais conservador. Portanto, a mobilização vai precisar ser ainda maior. Ontem, a Igreja Católica do país disse em nota que "a decisão dói".
PARCERIA
O laboratório público Bahiafarma planeja fornecer metade de toda insulina consumida no país. Fará isso através de uma parceria com a empresa ucraniana Indar – a mesma que foi impedida pela Anvisa em novembro do ano passado de vender o produto por aqui. Em abril a empresa obteve autorização e passou a voltar a vender para o Brasil. Pelo acordo, a empresa estatal da Bahia vai produzir a insulina regular (R) e a de ação prolongada (NHP). O investimento é de US$ 100 milhões.
COVAS SEGUE DORIA
A prefeitura de São Paulo descumpriu acordo assinado com o Ministério Público estadual e manteve o fechamento e cortes em unidades de assistência médica ambulatorial, conhecidas como AMAs, e de unidades básicas. O ex-prefeito João Doria (PSDB) dizia que 81 serviços passariam por reestruturação. Após pressão, o secretário municipal de saúde, Wilson Pollara, suspendeu o plano durante audiência pública com o MP. E o prazo para reabertura de serviços fechados, como a unidade básica Jardim Tietê, era de 90 dias. Se esgotou.
PRECISA MELHORAR
Segundo o Ministério da Saúde, 1,6% da população brasileira é doadora de sangue. O ideal, contudo, é chegar a 3%. A informação foi dada ontem, quando foi comemorado o Dia Mundial da Doação de Sangue, durante o lançamento de uma campanha. O perfil de quem doa é jovem: 42% têm entre 18 e 29 anos. E 60% são homens. Ao todo, 3,3 milhões de pessoas doaram em 2017.
A revista Radis, da Fiocruz, traz uma lista das etapas da doação. Como já dissemos aqui, a matéria de capa é sobre um assunto que tem tudo a ver com a campanha do Ministério: o fato de gays serem impedidos de doar.
MERCOSUL
Hoje, Gilberto Occhi participa da reunião de ministros de saúde do bloco Mercosul. Na pauta, acesso universal à saúde (nome que a cobertura universal tem na América Latina), medicamentos essenciais, tabagismo, doenças imunopreveníveis, migração e segurança alimentar e nutricional.
SITUAÇÃO DIFÍCIL
Em visita à Venezuela, a diretora da Opas, Carissa Etiene, foi alvo de um protesto (ou pedido de ajuda). Isso porque faltam antirretrovirais no país e portadores de HIV/Aids e familiares fizeram ontem um ato do lado de fora da sede do organismo, em Caracas. Segundo a ONG Rede Venezuelana de Gent Positiva, mais de 80 mil pessoas estão sendo afetadas pelo desabastecimento. Segundo a Federação Farmacêutica, há locais onde os estoques estão zerados e, na melhor das hipóteses, a escassez é de 85%.
CENÁRIO RUIM
Nos Estados Unidos, pesquisa do CDC apontou que sexo e drogas não são mais tão populares entre adolescentes quanto antes. Em compensação, depressão e ideação suicida tem crescido. Por lá, um a cada sete adolescentes declarou usar opioides; um a cada cinco reportou sofrer bullying na escola; uma a cada dez meninas e 1 a cada 28 meninos disseram ter sido forçados fisicamente a fazer sexo. A depressão passou de 28% para 31% entre 2007 e 2017, enquanto os planos suicidas cresceram de 11% para quase 14%.
INIMIGA SILENCIOSA
Matéria do El País fala sobre a doença do fígado gorduroso não alcoólico (NASH na sigla em inglês) que afeta um em casa três adultos no mundo. A enfermidade é relacionada com a obesidade, os hábitos sedentários, diabetes tipo 2, hipertensão e colesterol alto. E geralmente passa despercebida, sendo descoberto em estágio avançado, quando já causou cirrose.